sábado, 31 de janeiro de 2009

Papucha da Tia Fá...


Lembro muitíssimo bem da linda bolachinha em meu abraço!
O cabelinho sempre cheiroso, a pelezinha sempre macia e os beijinhos da boca pequena no meio das enormes bochechas não faltavam em minha face.
Dar-te-ia o mundo minha pequena Fran, dar-te-ia, mas não o tinha para dá-lo!!
Em casa de Vó Cida, você sempre chegando na quietude de sua criancice no meio dos irmãos mais velhos e escolados, e pousava aconchegada e doce no meu abraço amalucado. E eu te girava, girava no ar, segurando em seus bracinhos frágeis. Você tonteava, manquitolava, recuperava as forças e pedia à tia maluca:
- De novo!!!
Há como eu pedia ao Patrão lá de cima que o futuro me reservasse uma igual. Quando via que estava pedindo demais, olhava nos seus olhinhos apertados, cheirava profundamente seus cabelos, beijava com muita força suas bochechas macias e dizia:
- Bolacha, cresce não, papucha da Tia Fá. Promete que você não vai crescer???
Sabe o que esse pedido queria dizer? Medo de sentir a saudade que sinto agora, muito medo, e, já sei a muito tempo que essa bendita dói demais.
Por isso mesmo, passei esses dias crochêtando para você. Tal atitude, para uma pessoa agitada como eu, significa que a cada ponto que dei foi lembrando da saudade que sinto, das alegrias que viví ao seu lado e do quanto lhe desejo o melhor deste planeta azulzinho. O melhor há de vir, estou decretando em nome do meu amor por tí.
Amanhã vou te vislumbrar paramentada de noiva. E, sei que as lágrimas vão teimar em rolar. Não pense que chorarei por medo da felicidade não estar te esperando minha bolachinha, é simplesmente pelo fato de que minhas emoções nos últimos tempos só transparecem de tal forma!!
Obrigada, muito obrigada por fazer-se tão presente em minhas esquecidas e tão poucas lembranças. Inacreditavelmente lembro de tí na maioria delas. Deus explica...
Smack!!!!

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