segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Amor Polvo "em construção"...

À primeira vista parece tudo tão simples. Mas o processo todo não é fácil de colocar em palavras, pois complico tudo quando tenho que poetisar sensações.
Vou tentando, quem sabe chego lá e, se chegar fatalmente te levo ao topo do mundo tendo por companhia minha agitada pessoinha.
Por acaso alguém já teve um amor polvo? Hummmm.... Tcharam! Tem neguinho querendo visualizar uma maket da minha obra...
Vou desenvolver o projeto com paciência e deliberações várias.
Primeiro, imagine um entorno fantástico, constituído por um oásis de pedras translúcidas, arbustos encorpados, magníficas bromélias, flôres perfumadas e grama orvalhada... Diliçaaaaa....
Panos de vidro foscos, daqueles que não permitem visualização externa e sequer interna. Ou seja, o mundo lá fore morre, fica esquecido nos corações que residem no centro da obra (mas sabe-se da existência do jardim lá fora).
E, o amor polvo se faz...
Confunde-se braços com braços, não se sabe qual é de quem!!
Pernas no mesmo processo! Qual é a minha perna? Toquei essa mas a sinto, toquei aquela e também sinto... Hummmmm.... Essa pele está muitoooo macia, definitivamente não é a minha... hahahahaha
(continuo, continuo....)

A DOR QUE DÓI MAIS (Martha Medeiros)

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

É um nó que dá dó

Vai começar o leilão: Qual o maior lance por minha vida?
Presumo que tudo vira bosta, pois conheço as pedras do caminho e sei que tudo vai acabar em bolhas. Internamente estou novamente aos prantos e sei que tenho todo o direito do mundo de meter o osso do peito nas paredes da vida, levando junto a cabeça que já não é lá essas coisas. Quanto posso aguentar? Quanto um coração suporta de sofrimento? Posso morrer de desilusão?
Eu sei bem o que é perder. Sei sim!!
Seja dito, não há quem não saiba...
Sonhar é tão trabalhoso... Imagine o que significa depositar seus sonhos em algo e imaginar um mundinho de felicidades sem fim. Insta dizer que meus sonhos sãos lotados de paixão e sensualidade, aquele lance de olhos nos olhos e compreensão infinita. Hahahahaha
Imaginem a cena: Passear com seu grande amor, o amor de sua vida para sempre e esse amor vai ser pra sempre lindo, charmoso, generoso e outros osos da vida... ai, ai...
É claro que sim, ele vai te conduzir ao nirvana, a risada dele nos seus momentos de exaustão do amor vai soar como hino de um coro de anjos celestiais. E, quando o tempo se preparar para a chuva e você pensar que virá tempestade das brabas o seu amor - lindo, inteligente, sintonizado, espiritualizado - vai dizer com sua voz mansa e em tom levemente brando: Chuva calma ó pai!
E ela virá...
Sabem o que é isso meu amigos? É o amor entupindo as veias de fé e imortalidade. Eu de boa acreditando que já nos conhecemos de outra vida e que vamos nos amar para toda a vida (ui, que pretensão para os céticos). Uma eternidade sem fim. Já sei, tive a idéia agora: Não, não há morte. Ficaremos para sempre juntos. E sem fim...
Hahahahaha... Ótimo, essa idéia acabou de sossegar meu coração...
Só quero ver quando ele acordar, levantar, tomar café e ler meu texto, vai ser divertido e preocupante.
Outro detalhe que não posso esquecer de dizer: Não há paisagem que seja mais linda do que o rosto do seu amor. Não há pôr-do-sol que valha desviar seu olhar do dele. Não existem outras coisas interessantes. Nem sons que se equiparem do que a risadinha na hora do "estado de graça" (ui). Tinhamu. Eu tumém tinhamu. Tinhamu más. Du-vi-do... Ganhei agora, pois tinhamu mais do que a mim.
Como dizia a música "eu conheço cada passo desse chão" e, mesmo sabendo disso, estarei sempre pronta para esquecer aqueles que me levaram a um abismo na estrada tão bem conhecida.
E mais uma vez saberei amar. E mais uma vez direi que nunca amei tanto em toda a minha vida, que desta vez o amor é bem direcionado, etecetera e tal...
Como disse Fernanda Young: "Vou colecionar mais um soneto, outro retrato em branco e preto a maltratar meu coração".

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Tudo está mudando em minha vida, tomando novos rumos, outras perspectivas. Mas, não pensem que tenho tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e internamente continuar a mesma. Penso que até podar os defeitos pode ser perigoso, pois nunca sabemos qual defeito é o pilar mestre de nossa construção inteira.
Décadas de solidão provocaram uma transformação considerável em minha pessoa. No momento que me resignei, perdí toda a vivacidade e interesse pelas coisas. Imagine uma Loba sem voz.

Minha amiga íntima, Clarice Lispector termina (arre, mulher porreta!!)
"Assim fiquei eu!
Para me adaptar ao que era inadaptável, para vencer minhas repulsas e meus sonhos, tive que cortar meus grilhões - cortei em mim a forma que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também a minha força. Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você - respeite sobretudo o que imagina que é ruim em você - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse seu único meio de viver.
Juro por Deus que, se houvesse um céu, uma pessoa que se sacrificou por covardia ia ser punida e iria para um inferno qualquer. Se é que uma vida morna não é ser punida por essa mesma mornidão. Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo o que sua vida exige. Parece uma vida amoral. Mas o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma. Gostaria mesmo que você me visse e assistisse minha vida sem eu saber. Ver o que pode suceder quando se pactua com a comodidade da alma".

Não se preocupe em entender, viver ultrapassa todo o entendimento.

"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."
Clarice Lispector.

domingo, 22 de novembro de 2009

Meu pão-de-ló!!

Macio
saboroso
degustável
suave ao toque.
Doce...
Olhar tão doce tem o pão-de-ló
que se torna recheio em passe de mágica.
Dá vontade de passar no pão...

Auuuuu - Tinhamu....

Vês meu sorriso?
Ele está suspenso,
antevendo o momento de se dar pra você.
E quando ele se entregar a tí, vai com boca e tudo o mais.
Deixo pra tí o deleite espontâneo e roubo de tí os sonhos que busco...
Auuuuuuuuuu

Marques

Onde marcas senhor Marques?
Eu sei, juro que sei, sinto e não tem jeito.
Marcas aquí, bem no fundo do meu peito.
Deixastes e fazes marcas, bem as conheço.
Reconheço!
Saibas que marcas com delicadeza e profundidade.
Indolores, lindas e alegres obras de arte...
Me marque e mate.
Venha senhor Marques,
marque no plexo solar, bem próximo ao coração,
sou sua matéria prima, à inteira disposição.
Mesmo marcada, sigo a te beijar com veneração.


Sua loba que te ama de modo manso.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Calos nas orelhas.

Orelha dolorida, ardente gostosamente
Ainda ecoa na cabeça o tom exato de sua voz
Mente débil, abraçada por um Morpheu insistente, condena o raciocínio.
Visualizo seu coração de boca aberta e, boquiaberta tomo sua luz infinita.
Sorvo gulosamente palavras, pausas, risadas, contos...
Ao final constato:
Não se solte de minha pessoinha.

Estava escrito...


Uma linha, tênue, nos une e nos mantém atados
Por gentileza, não ouse, em pensamento sequer, perguntar-me o porquê
Pois não saberia a resposta e, lhe devolveria a pergunta embrulhada em lindo papel de presente
Desavergonhadamente e senhora de sí, a dona linha me enche de questionamentos que não tenho pretensão de saber respostas
Ela se esconde, reaparece do nada e quando ressurge me arrebata
Já me trouxe abraços, melodias, alegrias, flôres, sorrisos, sentido de vida e, acima de tudo coerência e discernimento.
Mas, não me traz respostas.
Minhas reverências senhora linha, permaneça e fortaleça-se em nossas vidas!!

Loba Seforé

domingo, 8 de novembro de 2009

Aspas, parênteses, colchetes...


Por você sinto uma febre intensa e, a nível mental um frenesí sem fim.
Quanto ao corpo mundano, o prazer é múltiplo e me percorre de forma suave, mas toma conta de cada célula.
Eu não sei parar de te olhar... Não sei parar.
Não sei parar de sentir. Eu não sei parar de PULSAR...
E o pensamento todo lá em você, suavemente frenético.