quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Passarela imaginária!!


Eu tive um sonho. Alcei vôos fantásticos. Toquei as estrelas com as mãos, repousei os pés em planetas, deitei na lua em sua penumbra e engolí o sol por diversas vezes enquanto permanecí nos braços do sonho.
Ele estendeu à minha frente um tapete glorioso. Pior, ensinou-me a caminhar sobre ele. Maravilha das maravilhas!! Fui transportada à um mundo mágico, em que me foi permitido acreditar que tudo é possível. Saí da realidade e me afoguei no sonho. Viví cada segundo, cada sensação, cada emoção. Olhava e não acreditava que era possível ter acontecido, mas o mais interessante é que achava que tudo não teria fim. Aceitei a dádiva todinha e permití a embriaguês...
Um dia, finalmente o sonho puxou o tapete que estendeu com maestria. Estatalei, tento fazer na ferida que se recusa a fechar uma linda tatuagem, continuo negando-me a acordar!!

(vou lapidar o texto, por enquanto não consigo continuar)

Travesseiros Imaginários

Karambolas... Lí o texto e fiquei suspensa no ar!!!! Quisera ter o poder de escrever assim...

Todo dia eu faço uma aposta. As pessoas nadam em suas próprias mentiras. Passam por cima do sol para angariar o que lhes é aprazível. E seguem insones. As cabeças cansadas já não cabem mais nos travesseiros de costume. As palpebras pesam à medida dos anos. As pessoas seguem pisando em seus chãos, em seus céus, em seus sóis e em si mesmas. E se martirizam a cada segredo guardado na estante sustentada em madeira e remorso. As pessoas passam a vida tentando ficar impunes enquanto eu almejo apenas ficar imune a todas elas. E quando já não há mais espaço entre madeira e remorso, as pessoas tentam outros travesseiros que abracem generosamente suas cabeças cheias de culpa. E se aproximam umas das outras em busca de perdão, em busca de algo que as leve à redenção. E seguem cegas e insones. À procura de seus travesseiros imaginários. E adoecem envenenadas por seus próprios segredos. Todo dia eu faço uma aposta. Enquanto as pessoas morrem afogadas na piscina de mentiras que cultivam em seus quintais. As cabeças são grandes demais para as fôrmas dos travesseiros vendidos nas lojas. E pesam. Pesam a medida dos anos. E quando estendo a mão a alguém é quase sempre um lapso. Cada aceno em direção ao outro é risco de queda livre. E sempre aceno. E sempre despenco. Mas meu consolo é minha estante. Sustentada em madeira e fé. E meu travesseiro tem a medida de minha cabeça: leve. E ainda assim, todo dia eu faço uma aposta. E todo dia eu perco.

Maíra Viana