terça-feira, 28 de julho de 2009

Arf, arf...

Respirar dói. E como!
Queria desvendar o insondável, modificando essa sensação que carrego. Não tenho ombros pra tanto, sequer forças, mas tenho que respirar. E dói...
Assim vou seguindo e tentando enveredar por novos caminhos.

Uma mente inquieta...


(repetindo postagem procurada)...
Muitas vezes me perguntei se optaria por ter tido ou não essa doença, caso pudesse escolher. Se eu não dispusesse de ajuda, ou se os remédios não funcionassem no meu caso, a resposta seria um simples “não” – e seria uma resposta impregnada de horror. No entanto, os remédios funcionaram no meu caso; e, por isso, suponho que possa me permitir essa pergunta. Por estranho que pareça, creio que optaria por ter a doença. É complicado. A depressão é apavorante demais e não cabe em palavras, sons ou imagens. Eu não gostaria de voltar a passar por uma depressão prolongada. Ela exaure os relacionamentos através da suspeita, da falta de confiança e de amor-próprio, da incapacidade de aproveitar a vida, de caminhar, conversar ou raciocinar normalmente, da exaustão, dos terrores noturnos, dos terrores diurnos. Não há nada de bom que se possa dizer da depressão, a não ser que ela nos dá a experiência de como deve ser a velhice, ser velho e doente, estar à morte; ter a mente lerda, não ter elegância, educação ou coordenação; ser feio; não acreditar nas possibilidades da vida, nos prazeres do sexo, na perfeição da música ou na capacidade de provocar o riso em nós mesmos e nos outros.
As outras pessoas insinuam que sabem como é estar deprimido porque passaram por um divórcio, perderam um parente, um amigo ou emprego, ou romperam relações com alguém. A verdade é que essas experiências trazem consigo sentimentos. Já a depressão é neutra, oca e insuportável. Ela é também cansativa. Ninguém agüenta ficar ao lado de quem está deprimido. As pessoas podem achar que deviam ficar, e podem até tentar, mas você sabe e elas sabem que você está incrivelmente chato: irritável, paranóico, sem senso de humor, sem energia, cheio de críticas e exigências, e nenhum tipo de esforço para reanimá-lo jamais é suficiente. Você está assustado e está assustador. Você “não está nem um pouco parecido consigo mesmo, mas logo vai estar”, só que você sabe que não vai.
E então por que eu iria querer ter alguma coisa a ver com essa doença? Porque acredito sinceramente que, em conseqüência dela, senti mais coisas e com maior profundidade; tive mais experiências (e mais intensas); amei mais e fui mais amada; ri mais vezes por ter chorado mais vezes; apreciei mais as primaveras apesar de todos os invernos; vesti a morte “bem junto ao corpo como calças jeans” e aprendi a apreciá-la; vi o que há de melhor e mais terrível nas pessoas e aos poucos aprendi os valores do afeto, da lealdade e de ir até o fim. Conheci os limites da minha mente e do meu coração, e percebi como os dois são frágeis e como, em última análise, são incognoscíveis. Em depressão, engatinhei para poder atravessar um quarto e fiz isso meses a fio. No entanto, normal ou maníaca, corri mais, pensei mais rápido e amei mais do que a maioria das pessoas que conheço. E creio que boa parte disso está relacionado à minha doença – à intensidade que ela confere às coisas e à perspectiva que ela me impõe. Creio que ela me fez testar os limites da minha mente (que, embora deficiente, está firme) bem como os limites da minha criação, família, formação e dos meus amigos.
As incontáveis hipomanias, e a própria mania, todas trouxeram para minha vida um nível diferente de sensação, sentimentos e pensamentos. Mesmo quando mais psicótica – delirante, alucinada, frenética – estive consciente da descoberta de novos recantos na minha mente e no meu coração. Alguns desses recantos eram incríveis, lindos; tiraram meu fôlego e fizeram com que eu sentisse que poderia morrer ali mesmo que as imagens me sustentariam. Alguns deles eram feios, grotescos. Não quis nunca saber que eles existiam, nem vê-los de novo. Sempre, porém, havia aqueles novos recantos; e – quando me sinto normal, devendo essa minha identidade à medicina e ao amor – não posso imaginar que me torne indiferente à vida, porque sei desses recantos sem limites, com seus panoramas sem limites.

Auuuuuuuuuuuuuuuu

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Atarantada...

Abrí a porta e corrí ao banheiro, enquanto isso meu príncipezinhozão assistia TV esparramado desengonçadamente no colchão da sala, sequer falei olá ou prestei atenção em algum som ou baderna ao redor, só pensava em aliviar o cinturão, depois o jeans justésimo, rebolar até o chão (jeans sempre pegando nas pernas) e finalmente abaixar a calcinha. Quase esqueço de sentar-me no vaso sanitário, é verdade, mas deu tempo!
Depois de todo esse ato (quase-falho) conseguí dizer:
- Oi filho, o que foi que você disse?
Pronto. Era a deixa que o gurí esperava.
Papo realizado, continuei a operação desmanche do calambeque aquí. Com esse frio, tudo complica, os acessórios são infinitos, em maior profusão e grande dificuldade na retirada: pulseiras, anéis, brincos, cachecol, gorro, botas, meias, segunda pele e o pior de tudo, a bendita da famigerada funilaria, que não sou mais idiota de sair de cara limpa, pálida, manchada e enrugada né? Acho que sou perita em tal quesito, engano bem...
O terrível é limpar a baderna da cara depois, porisso digo que ainda largo do pecado da vaidade, assim fica mais fácil meu passe para o céu. Tá prometido, isso se eu não mudar da idéia atual de que nunca, nunca mais me ligo em alguém.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

By Medusa Moranguinho Infernal

Que coisa mais linda, mais preciosa... você devia dividir toda essa beleza dionisíaca, perturbadora, um pouco triste, nostálgica, pungente e, principalmente, viva, com o mundo, mesmo sabendo que a maior parte das pessoas ainda preferiria comprar muambas em Miami a saborear verdadeiramente, com gosto, as palavras, como se saboreia um doce feito pela avó, com sabor de saudade, de nuvem, de alegria que a gente sabe que nunca dura pra sempre e sai, esfomeado, de novo, perambulando pela casa, procurando um restinho nos potes, nos armários, na geladeira...
Assim também é amar: a gente sai procurando nas prateleiras da vida alguma coisa com gosto do que já foi e a gente nem sabe mais o que é, mas quer, deseja, sempre com fome, com gula, mesmo sabendo que pode dar dor de barriga lá na frente. E como a gente nunca deu ouvidos à avó, à mãe, assim também é o coração apaixonado. Ele não ouve ninguém, nada além de suas batidas descompassadas, de felicidade ou angústia extrema.
Falei de tudo isso, divaguei, perdi o raciocínio pra encontrar depois, só pra dizer que o amor, esse com gosto da infância perdida, existe. Mas não se encontra em qualquer mercadinho de esquina, nem nos hipermercados, nos shoppings. A gente tromba com ele pela rua. Como lata, às vezes a gente chuta. Como moeda, às vezes a gente pega, enfia no bolso, acaba perdendo ou passa adiante.
Na verdade, a gente devia sempre tratá-lo como pedrinha brilhante, talismã, que a gente recolhe, não perde, acha que dá sorte (e dá!), faz dela um tesouro.

Falei de tudo isso, meu amigo, pra dizer que a felicidade romântica é leve, e inacreditavelmente é possível. Basta querer.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Enquanto isso...

Estou me preparando para realizar maiores obras por detrás do cenário.
No momento, tudo leva a crer que o camarim não será guarnecido de glórias visíveis. Não sei se mudo de idéia, mas tudo é possível em se tratando de minha pessoa.
Por favor, sem muita luz, flôres caras, espelhos, tumulto, som alto e tietagem. Imprescindível bons aromas, excelentes fluidos, paz, franqueza, limpeza, organização, positivismo, fé e...
Já sei, quer saber o que eu quero dizer com as reticências. Nada! Só quero que você complete. Não fique no camarote, por favor. Você é bem vindo ao meu lado, pois quando as cortinas do cenário se abrirem você será o(a) responsável pelo espetáculo.
Te dou os créditos sem egoísmo algum!!!

domingo, 12 de julho de 2009

Mude

Mas comece devagar,
comece na sua velocidade.

Sente-se diferente, em outra cadeira,
no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, ande pelo outro lado da rua,
depois mude de caminho,
ande por outras ruas, mais devagar,
observando os lugares por onde passa.
Tome outros ônibus, se for o caso.
Mude por uns tempos o estilo das roupas,
dê os seus sapatos velhos,
procure andar descalço por uns dias.
Tire uma tarde livre
para passear no parque ou na praia.
Saia sozinho para ouvir o canto dos pássaros.

Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama.
Depois, de ponta-cabeça.
Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais,
leia outros livros,
viva outros romances.
Troque de carro.
Não faça do hábito um estilo de vida.
- Ame a novidade.
Corrija a postura, faça ginástica, durma mais tarde, ou acorde mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia
numa outra língua.
Escolha novas comidas, temperos, cores,
diferentes delícias.
Experimente a gostosura da pouca quantidade.

- Tente o novo todo dia.
O novo lado,
o novo método,
o novo jeito,
o novo sabor,
o novo prazer,
o novo amor.
- A nova vida.
Faça novos amigos, mantenha novas relações,
almoce em outros lugares,
vá a outros restaurantes,
tome outros tipos de bebida,
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde - ou vice-versa.
Escolha outro mercado,
outra marca de sabão, novos cremes.
Tome banho em horários variáveis.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
(Comece agora uma viagem para bem longe do aqui.)
Faça amor de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas.
compre novos óculos,
escreva outras poesias, jogue fora o despertador.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas, novos cabeleireiros,
outros teatros.
Visite novos museus.

- Mude.
Você conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já conhecidas,
mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança,
o movimento, o dinamismo,
a energia.
Dessa forma, apenas dessa forma - você viverá.
- Só o que está morto não muda!
(Autor desconhecido)

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Caraminholas...



Prá que será que serve capacho?
Oras bolas, pra ser pisado, limpar os pés, embelezar talvez (ou enfeiar "pra caramba"). Mas serve...
Tem dia que me sinto assim, não propriamente capacho de alguém, talvez capacho de mim mesma. Encontro-me presa nessa gaiola do corpo e, é difícil aceitar que ele tem lá suas limitações. Eu sei que tem!!!
Engraçado que a maioria não vê, muito ao contrário...